Era noite,ou plena madrugada.A respiração ,úmida,trocava o silêncio,alto,com o orvalho.Enquanto o choro conservava-se na felicidade vil do recente presente passado.A tinta da caneta falhava,machucada,enterrando-se cintilante pelas vias de história.Memória entorpecida,a memória de criança.
Como a contemplação de um brinco novo,ou de uma nova estrela adjacente entre a visão e o peito,via o passar como uma música debutante,áurea e vaidosa.As pálpebras pesavam mais que o céu da paisagem,outrossim,preso...o sangue esfriava,ainda tépido.E tudo andava e se calava,na sensação de flutuação,clemência plena.Hiato triste ao nirvana mil,ilusão,tempo,frio,meditação.
As mãos, em dúbia sintonia,sobre as pernas nuas e frias, se tocavam,não se viam,brincavam caladas no sorriso confortado. Não se sentiam. Ao sopro do momento, congelaram, como nunca mais. Gelo. Este que corria pelas veias,massageando,tocava os cílios,com libertinagem ludibrie ao pudor e...descia,frágil,carinhoso.Uma montanha russa pelo estômago da alma. Em ultimato, era amor de uma nota só, melancolia, em lá menor.
A manhã chegava descalça.
O corpo andava , sem do lugar sair,sentindo o ar.Transtorno ao hipérbato do raciocino.Não respondia o que a mente pedia,se assim queria,se assim fazia.Na batida desposada,fraca do coração,ao calor,chocolate amargo.Caro.Fino.Vinho tinto.De novo o arpoador,a apoteose da respiração.Pausada.Em contagem retrógada,de mil à um,do tambor ao compasso...na cabeça,o doce que secava.Paladar.
Dormência,perdida na selva de um ser ao fim.Enfim,a arte,quando as cores aumentaram,variaram e se diluíram na nostalgia.Para depois saudade.Posteriormente,nada.O rosa,cínico,vadio a festas e traidor,nunca escapou,não escapa.Em negro ,o túnel velho de arquivos tão raros,amplos em verdades.O azul, o céu,as vezes,em presença.O branco em pouso para nesse voar,e nadar adentro do verde claro do eufemismo,vestindo o rio da passagem.Por pintura,sem pincel,executa-se o quadro da viagem,tão intensa e quieta,de fato,plástica e sincera.A ultima flor de um jardim.
De seios ao ar,fingia-se sóbria para o beija-flor que passava,sem graça,com graça.Lembrou-se de cinema,a escola do imaginário concreto.E como será?O agora seria tão verdadeiro quão o possível que viria?A ver,não.Mas na loucura da droga que se espalhava,tudo parecia ameno.O peito logo em cingida aflição,junto às pálpebras já cansadas,fartas,fatigadas...Cortava o sopro intermitente da maresia.Quando viu o fim bailar,sentiu-se só,passiva ao nunca.Para a fuga do que virara.
Então...No acaso preparado ao somente...momento derradeiro...
A manhã,de malas,chegaria,com suave brisa,aos poucos,charmosa,respirando...fria.Visão?A calma estava em anestesia.Lacrimejou.Deixou-se.Pensou.Calou.De novo,para rir choraria,como velha,última,sua.Atemporal.Aguando o amor , o nada.Tão fraca em sua realidade.O suor,não mais do corpo,ainda assim,brilhava.À respiração em reverso orgasmo,sob carícias de dentro a fora,uma histeria cansada e silenciosa sussurrava.Ao último soluço,em flashes e espaços,sinceros,os olhos fechar-se-iam mornos em meio o sol de inverno.
Edge;)
Parabéns amigão! mt bons os poemas!!
ResponderExcluiré nois lekão!
abraço
"Em ultimato, era amor de uma nota só, melancolia, em lá menor."
ResponderExcluirParabéns, seus textos são ótimos! Dignos de leitura ativa!
Alías, você tem como me dizer qual o nome do autor de uma das músicas da sua playlist, a "Beautiful Mind"? Gostei muito dela...
Beijos! Voltarei...