segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pedido e Verdade arrogante

Desapareceu o aeroporto da estrada,
Chegou a solidão enganosa e engasgada,
Para eu te amar a cada palavra atrasada,
E remoer as dores de ruas perdidas, passadas

A voz magra agora é minha,assim como... Lexotan,
Viajante nos Andes das vibrações de suor e mágoa.
Por um gole em meu vinho azedo,cuspo em sangue, água
E nado, fazendo um porto deserto sem precisar de Tam.

Sofro e te amo ainda mais, quando distante,
Mas não vale nada, nunca te quis por perto
Nunca quis o certo, só a mera verdade arrogante.

Não morra em mim como farsa fincada na terra,
Por seus pés que destilam raízes e se enganam.
Finja que me tenta e depois, me erra, me erra!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

25 de dezembro

Um dia como outro qualquer,com muito calor de muita noite em meio ao sol doente,mascarando-se com Tylenol.Pés descalços e muita compaixão comprada em frases de shoppings que querem nosso bem.Realmente a família,sem ironia,se reune,nos abraça,e a fraternidade esquecida em outros dias,datada,reaparece...as ruas,ao meio dia,encontram-se caladas,tomadas pela intimdiade de anônimos que roubam qualquer pão,e são por todos chamados de covardes.

Hipocrisia
Eu quero o amor de irmão e não cristão
Restos
Eu quero a natureza saudável

"Deus,rogai por nós,acabe com essa violencia a qual somos vítimas,...Mas enquanto providencias tal pedido,eu como e me desligo na televisão ligada...na missa de natal clamada por um papa (nazista?)".As vezes,parece muito facil sorrir de costas,dar as mãos por entre algemas invisíveis,e discutir o amor de cartões tão vagos.

Vivemos em um mundo doente,em uma vida verdadeira,de carne,sangue e selva.Dia 25 de dezembro de muitos anos.

"Maria,pela falta de dinheiro,pediu para um bêbado espancar a sua barriga,mas o milagra aconteceu,a criança abençoada nasceu:Jesus"Ernesto Sena...E essa história vende.

Amor pra todos,NÃO HOJE,sempre...fora do shopping e da tv!Curto o natal com vocês..

Hipócrita,tb,é falar que não o sou

Edgard M.M

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Engasgo

Acordou de um sonho,consecutivo de um sono profundo,assustado tocou-se como um morto já em outra.Levantou-se lentamente ,tombando em meio as paredes,cálidas e suavemente úmidas.Trêmulo,entorpecido de ilusões verdadeiras ,acolchoadas em seus passos ali dados,acolchoadas em uma perda,abraçou a vida de seus olhos vendados.

Foi até a janela,sentiu-se insuficiente,como quem nada pudesse sentir,acordado.Pegou um copo d´água morna,e voltou.Olhou para o vão das luzes tão vivas da cidade,experimentou uma paixão melancólica e irretroativa,engolida vorazmente em um gole único,um gole de fôlego.Sem piscar,sem soluçar ,continuou a olhar para os brilhos urbanos .

Tão só,esquecido,selvagem de si,ouviu uma voz lhe chamar,um risco sonoro.Não se manifestou.Ouviu-a novamente.E em espaços intermitentes de minutos,tal processo se repetiu.E o sonho,então, caiu como uma lembrança, martelou-lhe os pensamentos,o suor frio começou a derramar sobre sua face,tão pasmamente sem escapada expressão .Seguiu o som do sussurro,com seu silêncio e pavor.O tom desse aumentava.Vinha da janela dos fundos,ao menos parecia.Em certo momento,um breu tão intimidador e convidativo o fez,por lá, debruçar-se,abrir os braços,se abraçar.Sobre o parapeito.Estava no fundo de seu apartamento,enquanto a voz se calava,fazendo-se mais tímida,adormecida sobre um veludo leve,ou talvez vibrante de expectativa.Um enjôo se instalou.

Sentiu o vento lhe socar,entrar pelos cômodos sem nenhum convite,despindo partículas de poeiras,partículas do ócio.A voz retornou como um grito fulminante.De peito para o ar,sem matéria contra,não via mais a luz da cidade,não sentia o que seu corpo abrigava.Sentiu,sim, um engasgo como uma faca afiada contra o tórax,contra a ação do pulmão.A partir de tal instante,não escutava mais o ruído da chamada,mas via a palavra de socorro,de alívio.Fechou os olhos,respirou profundamente seu pavor em todo o ar,sentiu o clique de lâmpada estourada...E então deu um passo.

Foi,apenas,uma noite quente de verão.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

alternativo sub-real

Não sei me perder por qualquer boca,
E tropeçar nu em pernas sem endereço.
Qualquer canção em papel é coisa pouca
E grande, que de tão anestesiado me perco.

Beijo vulto ao perfume

Introspectividade entorpecida,
Na lua das faces alheias...
E obscuridades de minhas aldeias
Acolhedoras da vontade assídua.

Montanhas e montanhas

Estamos perdidos no exagero
Da mais quente saliva amarga
Da festa da vida que tarda,
Escondida no acerto do erro

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O hexa da nação


Os minutos pesados e contados,a suor,por olhos estáticos fixados ao campo,ao relógio que se arranhava pelo tempo.E milhões de milhões em meio à uma nação,com o estômago ao coração.O toque brusco na bola é um amor apetecido,ansioso,um amor de poeta que se faz pro momento do sofrimento pela glória.Amor incondicional, buscado,irracional,apaixonado.

Uma tarde quente e nublada,vozes gritantes e caladas,o sol de licença na arquibanca.Peles rubras,peles negras e choros de cristais.A raça usou terno e gravata,foi armada por sangue efervescido e por uma nação sem território,sem limites,sem dilemas para gritar.

Uma guerra ritmada em palmas e carrinhos,pela bola desviada na trave,pelo encontro nupcial Dela com a rede,de debutante à apaixonada oferecida.Um sofrimento tênue,romântico e heróico.Ao fim da batalha,um império rubro negro sem limites estoura as goelas em um só grito que se imortaliza hexacampeão.

sábado, 28 de novembro de 2009

Copo e gelo

As gotas enterradas em olhos imensos ,vazios
Reluzentes sobre a mesa, vidro e magoada vastidão
As ruas intensas, o som do sax invés ao céu em rios,
Em meio a cara fria, tudo parado, a doce exaustão.

O copo estático parece nublado,
De dias à deriva de domingos,
O rubro do room, raros como flamingos
Sobre o céu do áureo amanhã chorado.

O copo com gelo...O copo e gelo
Ali para as núpcias de sol,
No Arizona dourado de ermos em zelo.

Parado para uma calada porta
Do gole de gota golpeada...
Pela a sede de viver, que temos morta.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

De samba

Samba solto sempre sobra
Como sopa se sopra.
Algo quente solta o saborear
De sóbrios santos a dançar.

Samba canta solene a Saideira
Para sambar de brincadeira,
Salientemente sente respirar
Sombras e ventos do mar

Samba com o sol dança
Regado de sal e santas,
Saias e sapatos a juntar
Sem tempo pra parar!

Quando vais de sola ,soco e saco
Vens trazer o pato.
Assa,basta essa caça!
O samba não quer matar!

O samba soa sempre cínico,
Sério, sai a ser sobrado,
O samba síntese é soldado.
Na saliva,suaviza-se mímico

De Samba,que solto ao sereno, sempre sobra,
Quando sóbrios sentem o sorriso do sambar.
“Passam bar,Passam bar ,passam bares de bar”
Samba solto sempre sobra e seduz sua obra
De samba de moça suada e sua manobra!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Manhã de percepção

Sopros e cores de muitos amores.
E dores de poucas palavras feitas,
Tão mudas e brancas de sabores
Puros e antônimos de vida sem receitas.

Calçadas de anônimas multidões.
Imagens são forças de linguagens
Analfabetas de paixões,
Na mesmice de retrógadas passagens.

Enxerga-se com os olhos de não por sim,
Não se destrói os conceitos,
Vive-se em campo de preceitos.
Receios de algo que possa ser fim.

E o que passa... As eras.
E o que tu eras,
Entre o chá e o bocejo,
Entre os olhares e o beijo?

O espírito do tempo respirado,
Tragado,lentamente,de forma bruta,aspirado.
Na espera tem-se a vida -Vi da gruta que saí,
Por meio à chuva,que ter não é enxergar,não é sentir.-.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Na vida

Na vida,engolir o que há de existir,
Em si, é proeza e multiplicação,
Ou gota infinita de virtude.
Não há por que catar razão.

Enquanto tudo se expõe em uma praia rasa,
Povoando o deserto que é o estar,
Apenas pelo talvez que agita o peito em brasa
E prazer,o doce água-se no respirar.

Na vida,distorcer é essencial.
E quando doer,é de se gritar o por quê
Sem querer,contudo,saber.
A ventura é largada pra estrela da aventura.

Então o que há de graça no azar é sorte,e por menos,imbróglio.
A loucura está em querer sempre ser exatamente humano,
Que graça tola,fazer o que se acha é ilusório,
Ou negar a manhã do que é insano.

Viver é pouco mais que impulso
De se perder em qualquer tarde,
Catar qualquer rosto,na multidão,avulso
Eclodindo, pra ti,com todo alarde.

Na vida,há de se durar na busca pelo que nasce.

sábado, 14 de novembro de 2009

Alto de mim

No ponto mais alto
De um céu desmesurado e derramado
Sobre o peito de um salto
E de tantos que tivesse aclamado,
Imenso
Vejo ali, em risco, todo o viver meu
Vaidade esvaindo-se como incenso,
Um passo viajante pela morte que engrandeceu.
Romance meu,
Alcance meu,
Explosão que cresceu.

O barulho calmo do orvalho,
E o frio calor.
Fiz-me pensar por tal atalho,
Do sol a nascer do amor,
Brilho,derretido ao mar,
Bravo tão calado,sala de estar...

Pesando...
Pensando...
O quanto amo,
Assim estando,
Ao ponto que me chamo...

"Se não te amo mais,
Remota, ausente e baixa como estás,
Vejo e choro, saudoso, heróico, sangrado...
O quanto te hei amado."



;p edge

sábado, 7 de novembro de 2009

Fuga


Tanta força para fechar os olhos.
Vai sangrar.
Até sonhar.

Para aqui, não mais dormir.
Não mais sentir...laia
Fluir a alma, palma com calma.

Só...Maré de praia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

This road


This road cries all the spilt time over,
It´s so volatile…It´s so ripe
That makes faces in order to cover
All shadow ,all day ,all night.

Oh… a dust has settled to a source
From my eyes. to my eyes
Something ,in the sky, flies
In front of this road ,making my divorce.

A crime,my mind,my crime.
This road cries all the spilt time.

It´s blowing a gale that fail
Wresting my nail
And now i´m diving ,through this pain,on this road
Long long road.

That´s crying ,fastly, all the spilt remainder.

I don't know why nobody told me
How to unfold it loves
I don't know how a way controlled me
It got hold off me.
My road is a outflow,
That makes me don´t know
Live or love, a place to go.

So…

I will be blowing towards the sun ,and singing to feel,
On this road of my core ,
Or i´ll be sleeping to be a heart that's full up like a landfill.

domingo, 1 de novembro de 2009

A flor Anáfora

Num espaço seco,cortava um vento áspero,seco,não tão fugaz,seco,amareladamente quente,pois bem,seco.No entanto,luzia uma flor,sem cor,sem forma e sem mato.Sabia que existia,na fome,no abandono,no sonho esquartejado,no seco.Toda santa tarde não é tarde, se o sol não castiga,e tal lugar fazia jus à santa hora,à santa vida.A flor não pecava em suar,vislumbrava ser opaca e assoprava toda a existência esmiuçada.Não havia Estado sobre olhares messiânicos por noite,onde quem cantava era o silêncio,que até no vento já havia açoitado.Um calor em bege vulto e ermo...sem água vivia a flor Anáfora.

Era puro desaforo tal vivência a ponto,esporádico,de transumantes esfaimados sentirem pena da miséria mais aguda que a deles,tão forte,mas tão forte,que nem a morte tocava.Era,mais uma vez,a flor no meio do deserto.Pobre Anáfora,dor,dor,dor.Não morria,não chorava,pois se fosse assim,beberia.Queria tanto chorar e nada saia.Chora,chora,chora.A vontade se equivale a todas as anáforas acentuados com a gravidade de todo o universo,a tal ponto que somem-se as hipérboles,afim,de valer a externa e interna verossimilhança,a dor.O deserto é um sábio perverso,excitado,perversor da miséria,da nudez,da flor.

Em meio a mais uma tarde coercitiva, pousou sobre si um mutum,uma pequena ave negra.Seria a chuva?vestia uns olhos vermelhos,já não bastava ser quente o inferno,deserto.A flor não conseguiu reagir,pra ela,apenas uma nuvem,e se não for,pois bem,queria ir embora,a morte mais valia.Tal ave era a perversão,ser hedônico, ao mastigar Anáfora,que já não tinha forma.Gemia,gemia,gemia e sempre sem defesa.Gemia,sem que a voz tocasse os ouvidos do mutum.Gemia,como a força a deixava.Gemia,tão fraca,sem sangue,não morria.A ave fedia,fugia do deserto.Com as asas esfoladas,descansava sobre a miséria acentuada de um ser,que sentia sua vida na sede.

Anáfora,não sabia,não crescia,não morria,não bebia,não existia,mas sentia e sentia.A dor veio junto com a sombra,que ironia.Chegou a rir,ponto que,,já era tão esculachada a desgraça.Apenas faltavam as palmas para a comédia mórbida.O mutum gozou,matou a fome e se sentiu rei do único ser que vira em quilômetros de falta de existência.E se foi, para nunca mais voltar.

Lampejos ,trovões,que felicidade, a chuva....trovões...lampejos...em felicidade.O vento passa carregado-a ,em modo a limpar toda imundice do corpo,mastigado da flor,sem pudor.Que felicidade,gotículas da esperança de vidas,será que nascerão?-A passagem de um mutum,ao menos,significa uma possível visita da chuva-"BAWN".Trovões.Trovões,por onde desce essa água,que do egoísmo vem sem mágoa apenas para mostrar o quão forte é a vontade de quem não sente?Depois de tempos tão secos,sem vida,sem morte,de miséria,sem sorte.Trovões são,serão,nunca foram.Há de morrer a infelicidade de Anáfora,apenas por frações de instantes.Há de se inundar o deserto,para assim cobrir e reviver um jardim.sim?

Desce santa chuva,quanta terra a subir,tudo lama,Anáfora levanta.Procura a cor no marrom mais borrado,apenas por cerimônia,excita a luz negra,a branca,não importa é água.Água,finalmente água,e como beber?como se faz?Não sabe,apenas necessita,ou acha que sim,quer resposta à dor.Água,finalmente água.Corre tão forte,como a vontade...finalmente a água.E quando essa cai,em um estouro único e fulminante.Anáfora morre.Afogada.

Morre afogada.

Afogada.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sou

Eu sou as frases perdidas em minha cabeça,
O exagero estrangulado na mente avessa.
Suas lembranças chovidas na janela,
Em pingos de pingos do choro dela.

Eu sou a chuva em meio ao sol do dia,
E o contrário esforçado e existido.
As praças cheias...Uma rua vazia.
Sou alegre e triste... Vulcão escondido.

Eu sou o tempo nada mais que parado,
Nada mais que corrido,
E de tanto,um tanto quanto suado.
Eu sou o abraço claro e morrido.

A nuvem sonolenta de um domingo,
Eu sou o passo morno e madrugado,
O grito do espectro calado.
Sou as cores sorteadas de um flamingo.

Eu sou meu e sou teu,
Apenas, e nem por isso deixo de ser de outras,
De tantas,de nenhuma,de poucas.
Das coisas, das quintas, das quartas, da vida, do que morreu.

Eu sou qualquer viajante perdido,
Qualquer embriagado romântico,
Qualquer desvairado sentido.
O qualquer dos quaisquer cânticos.

Eu sou eterno e sou passageiro,
O viajante latino, o estrangeiro.
Pacato e renascido por, quem sabe, deus,
Nos beijos teus, nos olhos teus, em poemas meus.

Sou o fogo queimado, dilacerado em várias peles,
O erro mais que errado de um acerto contínuo,
A dissonância estremecida de um hino.
Proferido pela boca do povo, pelos ventos que quiseres.

Eu sou todas as cores em preto e branco,
O bocejo dos olhos esburacados em cafeína,
A premeditação contrária de uma sina .
A mancha marcante e acesa de todo pranto.

Sou profeta, sou herege!
Sou o pintor do mundo bege.
Sou ator e protagonistas de todas heresias,
Sou o amante destoante , o acaso de uma poesia.
Poesia vivida...
Aspirante e intermitente como azia.
Poesia de todas e de uma vida!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Preterida

Vê-la em meus braços anoitecidos a faz fugaz
Seu toque ausente me cobrindo, nu, nos faz ali
Apenas...no veneno do vento, em sensação que se faz
Partir.

Seus lábios dormidos dizem “já vou”,
A felicidade ,em mim... Esquartejado, destoou
Sobre a verdade encravada em meus olhos,
Enraizados na terra de seus beijos, de seus afagos ilusórios.

Mas ao toque da sua pele gelada, percebi
Que não era chama, nem concreto,
Não era minha nem de perto...

E muito menos o mais que haveria por vir.
Nua, era tão acautelada quanto uma vingança
Pra mim...Asfixiado, amargando ao amar minha doce lembrança.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Morfina

Como rosas em dias de inverno
Eu não saberia absorver tudo que reflete em mim...
Se os raios de meus olhos são distantes ao azul eterno
Desse céu em meu imo que me consome, deflagra obstante assim.

Mordo muito meus lábios moídos, morfina!...Mas não os sinto sangrar
Dói dor desafinada, distorcida e derramada... Doente de ti,
Mas não em minha carne...mais a dentro, corrompe e toma meu ar
Em fulgor forte, como farol em noite de ir e vir.

Amor, minha morfina... em meu âmago moral,
Feminina, fulminante, fugaz e linda.
Feroz, Feitosa, afastada do mal.
Meu amanhã no hoje ainda...

Insano pelo efeito tão voraz e triste aqui,
Na profundeza romântica de minha amada guardada...
Como ludibrie lúdica luz, esgotada em si,
Em meus olhos fechados, em minha respiração calada...
Em minha alma roubada.

Serão tão mortas as estrelas do céu?
Pois bem, esse brilho ainda não morreu,
Por que toda essa amplidão me deixa tão só e distante?
Saber escrever sobre amor já não é mais o bastante.

Não traz minha querida,
Que abracei, vi largada, levada e elevada sobre luz tal. Minha menina.
Se estou leve, lento, longe e livre...Leve-me, morfina!
Que, assim, essa dor se esvai, ainda que aguerrida...

Em meu peito frio,
Nas lágrimas dela,nos olhos meus... Que alimentam o rio
De toda minha cela, de toda e toda sina.
Em nossa pele, em toda áurea...Morfina.

Edge M.M

domingo, 18 de outubro de 2009

Everlasting

I´d like to burn in the rain,
Over and over again…
When i just felt a drop,
Growing me in your crop…

And everything has seemed a role,
Rotting,
Weeping in my hole,
Hot and so cold…

I wish you were everlasting,
In my memories of spring…
In my memories fading in the wind.
But time was passing…

To bleed, forevermore, in my sorrow…
Although I keep me in mind
To not become blind.
So ,in the end,i think it´s my row..

I´d say, I’d see
I´ll be dragging to a way...

But... I won´t let this build up inside of me.



Edge;)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Desmembrando-se




Um Homem, cansado, trabalhou. Acabando de largar o terno, anda por andar. A rua encontra-se oculta em seu peito,como uma floresta vazia, asfaltada, violada pelo sol, que castiga. Se sente só, por isso, continua a andar para algum lugar, de onde possa ver o mar. As esquinas e praças se bifurcam de modo a parecer tudo estagnado e suspeito.Olhos aparecem de onde não se vê,sempre. Não seria a culpa? Não. Não pode.A falta,talvez. A cidade, por onde o homem anda, é uma estranha conhecida, percorrida por carros velozes e remotos, por hora vagarosa. À vista, velhinhas de existência compram pães dormidos,enquanto todos continuam a trabalhar.E a rua, um tanto quanto vazia,cochila na ausência da passagem.Era muito sol, para apenas um homem,em meio a indiferença, suar.

O céu parece-lhe tradutor de toda a nostalgia e agonia...Tão pesado...Para um velho o tempo ainda passa, e como... Sempre, toda hora,um ódio, horror.Ele acende um cigarro, e por ai continua, estrada e buracos, a pé. Chega em meio as árvores da cidade,em concreto,em terra,em mato,em aço. Os passos já são mais escutados, e o vento canta mais suave a sua virada. Apenas um comum dia da semana, como uma segunda, terça, daria na mesma...

Em sua cabeça passam fragmentos da vida, teria ele uma expressão de dor, alegria, vontade? Ele nunca se viu no espelho, pois na cidade não havia, não podia, talvez tenha já, algum dia, se visto mal em algum reflexo. Nunca saíra da cidade, pois era uma ilha. Não pousavam aviões, muito menos passavam navios. Para nadar doía e o mar ficava longe do centro, a água era fria,por onde,também,nadavam tubarões caçadores da comida ao ermo da fome,perdida sob a vida salobra em idas e idas.

A cidade não era grande, também, nem tão pequena. Vivia isolada, não se sabe por quem. Muito menos o homem sabia. Ele só andava, pensando. Sentia-se como tivesse nascido adulto, angustiado, infeliz, esquecera da família, queria voar. O tempo era, é, será sempre um sopro. Moço velho, velho moço... Sentia-se saudoso, mais do que demais.

Em certo instante, num espreguiço e desvio de parâmetro, para lhe na frente uma mulher, que o olha, sem mais, o olha. Sem expressão, olhos claros, acinzentados de oceano falho, leigos, meigos, de longe, de menina, de mulher.Ele para de andar, inconscientiaza-se por instante, suas pernas não se entendem, sustentam-se no calafrio. Ela sorri,resplandescente em seu vestido, percebendo o vento a despi-la, seu sorriso se esfria assoprando seu aroma .Com isso, vira-se, e anda, de tal modo que faz o rapaz segui-la. Homem fraco, hipnotizado por sua guia, curvas e curvas, para onde não se sabe. Assim, ele espera chegar a algum lugar,ou,até mesmo,não.

A moça morena faz seus quadris requebrarem, de modo a não passar a impressão de que tal fato se dava pela irregularidade dos paralelepípedos tropeçados. Sensual, apenas natural. Pela cabeça do homem não passavam muitas coisas, a tristeza estava guardada, por instante, esquecida. Ele a seguia. Nunca vira um branco tão branco quanto o que essa estava a vestir. O vento segurava-a pelos cabelos em noite, a modo a querer beijá-la e amá-la, harmonia sensual com a natureza. O tempo embrandece, vento domado com o passo,em compasso.

Viraram em uma esquina, um beco, nunca por ele visto, tão longo, estreito. Ela parou, descalçou suas sandálias, acariciou os próprios pés macios... E continuou a andar.Não parecia se incomodar com o estranho que a seguia. Suas nádegas eram fortes, sua áurea leve. Por onde passava, o ar se refrescava. O homem já se sentia muito atraído,já se sentia perdido,erguido e absorvido à chama...Quando na virada do beco,na passada de um gato, num reflexo lampejo de sol,na intermitência veloz de um estouro como um tiro, a mulher sumiu.

...

O rapaz se viu perdido, em um local onde mal conhecia,o coração parou.Miragem!Miragem?Pensou em de vez parar...Voltou e de novo ficou. Andou mais um pouco, tornou a procurá-la, sentia seu cheiro doce, de concupiscência desejada, mas só via o mar...Que não era visto por seus olhos desde a época que era adolescente. Parou para olhá-lo, saudosista por segundos, apenas por segundos. A mulher não saia de sua cabeça. Por lá,no sopro do seu estar...Não via, não havia sinal de humanidade. Continuou a andar pela orla. O vento não decidia direções, por vezes trazia, por vezes levava o cheiro da rapariga tão formosa. Parecia ter a carne cozinhada, era o aroma da cidade em seu momento,em seu cerne carcomido.

Estava a escurecer...No céu...Em seu âmago desiludido... Quando avistou uma pedra, resolvendo,então, escalá-la. Com muito esforço, força, jeito, sem jeito,não importa,chegou lá, parou para suspirar, para deitar e novamente fumar, quanta fumaça. Que vista. O sol sangrava sobre o mar, amando sua dor, seu complexo de Narciso. Há anos, o homem só via prédios. Naquele exato momento, de frente para o mar,inerte, tornava-se um vulnerável anônimo, não que na cidade não o fosse, mas ali se encontrava selvagem ao ar. E por ali, pensou mais no tempo...Miragem? Nem se lembrava do cheiro do seu ultimo amor, muito menos das vias que conhecera,dos olhos embrandecidos ao acaso terno do tempo. Apenas se perdia em trabalho. Papéis voados, como cinzas de seu cigarro, o tempo carregado pelo vento. Não conhecia o mundo. Seu coração, uma ilha.

Imaginou-se moço, com todo o seu osso a aparecer, querendo a pele rasgar... Levantou (são as sustâncias de banha) e olhou ,mas quando olhou,por entre a fumaça de seu fumo... A viu. Moça, na junta, fenda, entra as pedras...frágil como louça.Em forma. Avulsa.Sua cara despida,o corpo só e ensopado,a pele linda,cara e carente. Ela o percebeu, por tal fato, ato nítido, chamou-o, com um olhar carnívoro. Com medo da vontade, ele assim mesmo foi, não pode reprimi-la. O vento ali não a tocava.Era suavemente molhada pela água que explodia em socos avassaladores com as pedras. Uma briga pela mulher, pela sensualidade morena. A água contornava o corpo de seu vestido, que colava em seu busto quente, saudável, erguido. À visão, uma suculência em meio aos olhos cheios do vazio. O homem, contudo, se vai em direção a carne, mergulha sua sede nos lábios molhados da menina, se perdendo em uma sopa sob erupção, sem pensar, com vontade, fogo que não se apaga, nem com a água que envolve toda a peça. Toca-lhe entre as pernas, áreas úmidas, por onde escorrega, fonte, por onde, resolve matar toda a sua sede, trilha brava que não se entende, exploração não mais inocente. O vestido se degenera.

Nessa troca, ela desprende todo o seu cheiro, suor, ondas flácidas, plásticas, quentes, voluptuosas,vorazes. Sua língua era doce e a voz tecida em veludo, em gritos meigos, curtos, lúcidos, ilúcidos, pegada forte, amada vulva, ao aconchego de seu útero.E suava como a efemeridade da saliva. Seus pés de nativa, ensaiavam chutes sobre as pernas do momentâneo adolescente, que nunca se vira em tarde tão feroz...Os dedinhos contorciam-se em cãibras e libido,arranhões não mais aflitos.Ele a amou,virou-a e amou mais,apalpando seus seios,não tão forte,a sentir a freqüência das batidas rítmicas, no lado esquerdo,uma bomba, uma chama, um relógio.Era tanta força...e paixão,num quente lago de vontade em sangue...Quando...Quanto...Tanto!!!Meia noite.Sai um grito forte,em corte,de porte,em morte,longe forte,sorte,rachado pela carne da boca úmida dela, agudo ,como uma dor liberta,escrava, encrava.Gozo,suspiro.Ele estava com um mamilo,a quase,mastigar...Quando ela,então, se solta,morde os lábios,suavemente sangra-os... E não se seca do suor,transparece,nua...,mergulha,e vai embora...Para o mar.

O homem não entende, olha e se toca,mais pesado que o céu,escuta a voz morena lhe retroceder, lembra-se do último suspiro da menina, uma cosquinha aos ouvidos, o último!A voz rouca.Arrebentada. Desvairada.Eternizada. "Chamo-me Saudade”. Ele cai a chorar, olhando-se no reflexo da poça de suor e chuva. Sua barba branca, a cabeça grisalha,os pálpebra pesada, a ruga passada, a garrafa de cachaça. E assim, por ali se senta vendo da ilha o mar tão cínico, sem saber também nadar, em prantos, esperando um dia, sua filha Saudade voltar.

Para sua própria ilha.


Edge;)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O choro contra

E prendi o choro,tão forte...
Meu âmago tão longe,em mim,se afogava
Voava só,mergulhando o passado, em corte,
Tão longe,leve e logo, adentro boiava.

No austero incêndio, por fora de mim tão seco,
A razão se embriagava por entre ruelas e becos,
Atrasada ao gole talhante,ao instante que,alagado,perco.
Prendi o choro,tão forte,no acerto do erro .

Foi de se fazer um lago,
Por entre perdidos pântanos profundos,
Desvairados,em silêncio, nos inconscientes segundos.

Que me vi a chorar e chorar...,
Sob meu avarento sem água,
Tão afogado em mágoa dos momentos a ventar.


Edge;)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Meus rostos

Meus rostos colam a beira de muros em qualquer esquina,
Exaustos e contra o tempo, tépidos, eternos na vontade da madrugada,
Na queima de um cigarro, no esboço de um beijo, no acaso de uma quina,
Meu rostos foram vários às várias, e se puseram cobertos sob minha alma pesada.

Meus rostos derramam, quietos, o excesso das horas vertiginosas...
Pausados quão molhados em meio às chuvas, que se inundam por quarteirões.
Meu rotos são estes, na surpresa, ermos em esperas mentirosas.
Meus rostos são desertos, claros ou sem cor, debelam multidões ...

Meus rostos... Todos vazios, vagos e imensos ao vão de significados
Sendo como quem não é, alados e exagerados ao berro meu calado,
Meus rostos perduram e só mudam postos aos ares incendiados...
Do esboço de um beijo, da queima de um cigarro, do cansaço de um peito esfolado.

E eles se esvaem na ventura de qualquer mar submergido,
Hasteados à ventania, pelas esquinas alagadas em meio a retirada devassa,
Evaporando-se ao olhar...e olhar o tempo passar aguerrido,
Nos olhos seus, no rosto seu, no perfume seu, em seus alicerces, na alma sua que passa.

Edge;)

domingo, 27 de setembro de 2009

Ocaso caso

Olhei-me por seus rebentos morenos,
Ternos, pálidos de aurora... vestiram-me
Por várias faces, exausto e estático,
Vi-me apaixonado.

Seu olhar perplexo,
Fez-me fugir pelo canto,
Da sua doce boca,
Ternura oca,
Um sentimento convexo.

Olhei-me como nunca.
Em seus olhos, sua porta, vi os meus
Cínicos e tristes
Mas nunca fui assim, tão poeta
E você...quieta

Tão distante e fria,
Entardecida como o pôr-do-sol,
Vi em ti uma rima fraca,
Mas tão doce que esvaia
Todo o biltre instante levado em um bemol.

Um ocaso caso,
Ao acaso do nosso atraso...
Uma ventania amena,
Em preta e branca cena...

Morena,
Foi em uma tarde fenecida,
Esbraseada e ensandecida,
Em ti vi minha vida plena!


Edge;)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O repouso

Era noite,ou plena madrugada.A respiração ,úmida,trocava o silêncio,alto,com o orvalho.Enquanto o choro conservava-se na felicidade vil do recente presente passado.A tinta da caneta falhava,machucada,enterrando-se cintilante pelas vias de história.Memória entorpecida,a memória de criança.

Como a contemplação de um brinco novo,ou de uma nova estrela adjacente entre a visão e o peito,via o passar como uma música debutante,áurea e vaidosa.As pálpebras pesavam mais que o céu da paisagem,outrossim,preso...o sangue esfriava,ainda tépido.E tudo andava e se calava,na sensação de flutuação,clemência plena.Hiato triste ao nirvana mil,ilusão,tempo,frio,meditação.

As mãos, em dúbia sintonia,sobre as pernas nuas e frias, se tocavam,não se viam,brincavam caladas no sorriso confortado. Não se sentiam. Ao sopro do momento, congelaram, como nunca mais. Gelo. Este que corria pelas veias,massageando,tocava os cílios,com libertinagem ludibrie ao pudor e...descia,frágil,carinhoso.Uma montanha russa pelo estômago da alma. Em ultimato, era amor de uma nota só, melancolia, em lá menor.

A manhã chegava descalça.

O corpo andava , sem do lugar sair,sentindo o ar.Transtorno ao hipérbato do raciocino.Não respondia o que a mente pedia,se assim queria,se assim fazia.Na batida desposada,fraca do coração,ao calor,chocolate amargo.Caro.Fino.Vinho tinto.De novo o arpoador,a apoteose da respiração.Pausada.Em contagem retrógada,de mil à um,do tambor ao compasso...na cabeça,o doce que secava.Paladar.

Dormência,perdida na selva de um ser ao fim.Enfim,a arte,quando as cores aumentaram,variaram e se diluíram na nostalgia.Para depois saudade.Posteriormente,nada.O rosa,cínico,vadio a festas e traidor,nunca escapou,não escapa.Em negro ,o túnel velho de arquivos tão raros,amplos em verdades.O azul, o céu,as vezes,em presença.O branco em pouso para nesse voar,e nadar adentro do verde claro do eufemismo,vestindo o rio da passagem.Por pintura,sem pincel,executa-se o quadro da viagem,tão intensa e quieta,de fato,plástica e sincera.A ultima flor de um jardim.

De seios ao ar,fingia-se sóbria para o beija-flor que passava,sem graça,com graça.Lembrou-se de cinema,a escola do imaginário concreto.E como será?O agora seria tão verdadeiro quão o possível que viria?A ver,não.Mas na loucura da droga que se espalhava,tudo parecia ameno.O peito logo em cingida aflição,junto às pálpebras já cansadas,fartas,fatigadas...Cortava o sopro intermitente da maresia.Quando viu o fim bailar,sentiu-se só,passiva ao nunca.Para a fuga do que virara.

Então...No acaso preparado ao somente...momento derradeiro...

A manhã,de malas,chegaria,com suave brisa,aos poucos,charmosa,respirando...fria.Visão?A calma estava em anestesia.Lacrimejou.Deixou-se.Pensou.Calou.De novo,para rir choraria,como velha,última,sua.Atemporal.Aguando o amor , o nada.Tão fraca em sua realidade.O suor,não mais do corpo,ainda assim,brilhava.À respiração em reverso orgasmo,sob carícias de dentro a fora,uma histeria cansada e silenciosa sussurrava.Ao último soluço,em flashes e espaços,sinceros,os olhos fechar-se-iam mornos em meio o sol de inverno.


Edge;)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ementa torta de uma emoção.

Chorar por entre face tua,remota em ser,
Aos olhos doces do sofrer...
De lá vagam e andam,fáticos, por aí
Coibir é de quebra,parte dizer.
Vai lá,andar e andar pra existir.
E teu sorriso é só,impar,grande enquanto único...
Vai saber..a força desse rosto,ao sorrir,de agradecer
De tanto,quanto santo,canto ao esplandecer...
Da lágrima...cadê?Já ai,em lábio úmido.

É de se cantar,por ar,o alento do quase,
E de saber que se arrastar é só fase ...

Pegue um par,avulso em seu tumulto,e case
Que ainda,em ti,só no somente
Da mente,da fase
Da fala,que livre,mente...
Sente ao fora da casa,
A liberdade é asa...
De libertinagem que toma o céu..
No teu altar e em outros que carregas, e nesses o véu.

É de se entregar o ar ao alento do perto
Sem,contudo, saber se te encontras tão longe ao certo.


Edge;)

Carona com "Adeus"

E o deserto me chama,entardecido,de vários lugares
Arranhando meu peito seco contra ,no sentimento que rodeia
A lágrima evaporando,a gota mais fina de areia
Dos distantes e remotos lares.

Onde morará o que nos cruzou?
Pois agora,aqui e lá,não poderá mais viver,
Assim como a nata exasperada evaporou...
Em minha voz viajante, que tanto te berrou.

Arrebentada e exausta à ventania
Que com tanto sangue me levou.
Cogitando sorver o que sou.
E o porquê do que estou,dentro daquilo que seria.

Se o espinho fugido me cega em seu semblante,
Derramando seu olvido eternamente,
Em minha profundeza pagã,
Esfolada,sã e irradiante,
Meu desabrigo ocupante,
Como se o vento não levasse dor que sente.
Queria te esquecer crente,por hoje ,apenas,até amanhã.
E depois e depois,a perder a conta dos dias adiante.

...adiante...

E se olhar pra trás e me ver,
Tenha certeza que não estarei ali,
Não estarei mais aqui,
A te prender.
Não estarei mais a vir,
Quão menos a partir.
Não estarei mais em ti!
Assim,viajarei sem rastro,por todo o inverno
Em tardes,noites e manhãs,a ser....

Parte do eterno.


Edge;)

domingo, 13 de setembro de 2009

De costas

Sobre as linhas tortas de uma rua de pedras,a vi como um vulto caindo em qualquer tarde,em qualquer braço vulgar.Um som batia e ofuscava-se dentro de mim,um nó na garganta,ruim.Mas estava ali.Não olhei em seus olhos.
Mais tarde,beijei-a...
Na sede de um deserto...
Como se Amarrado em uma teia,
Sem algum cuidado meu,ao certo...
E tudo vi,e o que eu sei....não sei...
Pois seus olhos,não olhei...

Se eram escuros como minha noite,
Só podiam assim entregar vento..àquilo que larguei
A não saber mais,até nos lábios de um tardar afoite...
Como cômodo num infinito distante,olhar em seus olhos não ousei....

E foram-se os segundos derramando,
Na pressa de cada minuto,
De cada hora cara em luto,
Dos dias,em minha face,se passando...
E cada beijo por ficar....
E o nada me tomando e tomando,levando...e ficando...
Ar!
O que há em tais olhos a olhar?

Se esse incêndio não tem chama,
Se pra fantasma não há lama...
Não gama,
Não ama...minha gana...

Se ei...Sei...
Que até,quando pela ultima vez a vi,
Enquanto,por todos os lados, não vivi,
Para seus olhos não pisquei.

E de outras iguais, eram todos os gestos seus...
Tão parios à pares,em sentimentos "par"...
Pescados em esquinas e bares,fechados,em mim,eu sei o que há...
O que foi...Pois olhando em tais olhos sem deus,
Morreria de medo em ver os meus.









Edge;)

sábado, 12 de setembro de 2009

Avenida

Piso fundo e caio ao barulho, solto, vulto, intermitente...
À avenida que se expande no ser, em ser que será
De outrora, de outras e outras várias, na mente...
Ao vento...dos meus pés que irão passar...

Cortando becos pela floresta de aço,
De mim...e de medos que tanto faço,
Sou pincel, andarílio, artesão, o mar
Em seu sorriso, que abrigo ao imaginar...

Os lábios, o calor da pele,o cheiro... de outra madrugada,
Que sim, foi-se calada quanto morna, na sessão deste ermo,
Em mim, sempre foi...sempre é... tão ilhada,
Pesada, amada, incendiada...que no verso não se vê outro termo.

De se enterrar, ao andar, sem ter força
No caminho mais coberto...
De chuva que não seca em deserto.
A avenida vai, então, imergir...em poça!

E eu vou...
Se vou....fugir
E eu estou,
Se sou,
E eu sou,
Se estou
A ir...

Ao acaso , de repente, a nado por esta alameda sem margem...
Pelas noites claras de seus olhos, em varias fases e faces
E serei estes e todos outros seus, alagados num recife, na dor que fazes...
Para ver em mim tantas e uma passagem.


Edge;)