quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ocitocina

Abstrata como o ermo invisível que comprime
Um cheiro vasto de significados não registrados no sangue,
Que corre por gerações, mas sempre e sempre mudo.
Acho que é você, enquanto vontade, enquanto liberdade.
Acho que é você.

Apenas como o vento quando se estreita e passa pela janela semi-aberta,
E faz o fim de tarde ficar frio, ficar calmo sem nenhum comprimido.
Abstração só há quando a par da razão, já que o demente é a falta de casaco.
A liberdade vive desajeitada no desleixo mofado de solidão.

Ai, escrevo

Dopaminas secas e esfoladas contra as estrias da epiderme repousam em meu sangue,
E eu te olho sabendo que meus olhos, por bom tempo, não me deixarão dormir.
É liberdade, por uma maldade que me dope e desprenda da combustão histérica
Que foge, e se arranca desses versos, enquanto molda a barreira azul
Da cor que me faz acreditar que esse amor é infinito.


domingo, 5 de agosto de 2012

Sutilidade

Qual o problema em ser imediato e fulminante?
Explodir, perder a referência e queimar...
embrulhado nas partículas da insegurança dos loucos.

Estou absolutamente instável,
Entupido com o ar da contra-gravidade deste abismo.
Eles ameaçam,
Eles mentem. E já não se sabe o que vê.

As micro-relações alimentam correntes, e quando andas
Percebes aprisionado. Mas ninguem é capaz de falar sobre sutilidades
Com os olhos pesados como fosse sempre de noite, e estivessem servindo room e remédios.

O que é o problema de ter medo?
Uma multiplicidade de referências distorcidas e carregadas,
É como não tê-las...como perdê-las e ver que o silêncio é tão nu,
Como o chão que não existe se abrindo para o fim da vida que você ama.

Isso é mais forte que as possibilidades que se pode calcular.

Eles ameaçam, eles mentem e estão absolutamente estáveis.
Sem a segurança das bandeiras, engasgo com a mediocridade
das gotas de cigarro, como fumaças de refrigerante.