segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pedido e Verdade arrogante

Desapareceu o aeroporto da estrada,
Chegou a solidão enganosa e engasgada,
Para eu te amar a cada palavra atrasada,
E remoer as dores de ruas perdidas, passadas

A voz magra agora é minha,assim como... Lexotan,
Viajante nos Andes das vibrações de suor e mágoa.
Por um gole em meu vinho azedo,cuspo em sangue, água
E nado, fazendo um porto deserto sem precisar de Tam.

Sofro e te amo ainda mais, quando distante,
Mas não vale nada, nunca te quis por perto
Nunca quis o certo, só a mera verdade arrogante.

Não morra em mim como farsa fincada na terra,
Por seus pés que destilam raízes e se enganam.
Finja que me tenta e depois, me erra, me erra!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

25 de dezembro

Um dia como outro qualquer,com muito calor de muita noite em meio ao sol doente,mascarando-se com Tylenol.Pés descalços e muita compaixão comprada em frases de shoppings que querem nosso bem.Realmente a família,sem ironia,se reune,nos abraça,e a fraternidade esquecida em outros dias,datada,reaparece...as ruas,ao meio dia,encontram-se caladas,tomadas pela intimdiade de anônimos que roubam qualquer pão,e são por todos chamados de covardes.

Hipocrisia
Eu quero o amor de irmão e não cristão
Restos
Eu quero a natureza saudável

"Deus,rogai por nós,acabe com essa violencia a qual somos vítimas,...Mas enquanto providencias tal pedido,eu como e me desligo na televisão ligada...na missa de natal clamada por um papa (nazista?)".As vezes,parece muito facil sorrir de costas,dar as mãos por entre algemas invisíveis,e discutir o amor de cartões tão vagos.

Vivemos em um mundo doente,em uma vida verdadeira,de carne,sangue e selva.Dia 25 de dezembro de muitos anos.

"Maria,pela falta de dinheiro,pediu para um bêbado espancar a sua barriga,mas o milagra aconteceu,a criança abençoada nasceu:Jesus"Ernesto Sena...E essa história vende.

Amor pra todos,NÃO HOJE,sempre...fora do shopping e da tv!Curto o natal com vocês..

Hipócrita,tb,é falar que não o sou

Edgard M.M

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Engasgo

Acordou de um sonho,consecutivo de um sono profundo,assustado tocou-se como um morto já em outra.Levantou-se lentamente ,tombando em meio as paredes,cálidas e suavemente úmidas.Trêmulo,entorpecido de ilusões verdadeiras ,acolchoadas em seus passos ali dados,acolchoadas em uma perda,abraçou a vida de seus olhos vendados.

Foi até a janela,sentiu-se insuficiente,como quem nada pudesse sentir,acordado.Pegou um copo d´água morna,e voltou.Olhou para o vão das luzes tão vivas da cidade,experimentou uma paixão melancólica e irretroativa,engolida vorazmente em um gole único,um gole de fôlego.Sem piscar,sem soluçar ,continuou a olhar para os brilhos urbanos .

Tão só,esquecido,selvagem de si,ouviu uma voz lhe chamar,um risco sonoro.Não se manifestou.Ouviu-a novamente.E em espaços intermitentes de minutos,tal processo se repetiu.E o sonho,então, caiu como uma lembrança, martelou-lhe os pensamentos,o suor frio começou a derramar sobre sua face,tão pasmamente sem escapada expressão .Seguiu o som do sussurro,com seu silêncio e pavor.O tom desse aumentava.Vinha da janela dos fundos,ao menos parecia.Em certo momento,um breu tão intimidador e convidativo o fez,por lá, debruçar-se,abrir os braços,se abraçar.Sobre o parapeito.Estava no fundo de seu apartamento,enquanto a voz se calava,fazendo-se mais tímida,adormecida sobre um veludo leve,ou talvez vibrante de expectativa.Um enjôo se instalou.

Sentiu o vento lhe socar,entrar pelos cômodos sem nenhum convite,despindo partículas de poeiras,partículas do ócio.A voz retornou como um grito fulminante.De peito para o ar,sem matéria contra,não via mais a luz da cidade,não sentia o que seu corpo abrigava.Sentiu,sim, um engasgo como uma faca afiada contra o tórax,contra a ação do pulmão.A partir de tal instante,não escutava mais o ruído da chamada,mas via a palavra de socorro,de alívio.Fechou os olhos,respirou profundamente seu pavor em todo o ar,sentiu o clique de lâmpada estourada...E então deu um passo.

Foi,apenas,uma noite quente de verão.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

alternativo sub-real

Não sei me perder por qualquer boca,
E tropeçar nu em pernas sem endereço.
Qualquer canção em papel é coisa pouca
E grande, que de tão anestesiado me perco.

Beijo vulto ao perfume

Introspectividade entorpecida,
Na lua das faces alheias...
E obscuridades de minhas aldeias
Acolhedoras da vontade assídua.

Montanhas e montanhas

Estamos perdidos no exagero
Da mais quente saliva amarga
Da festa da vida que tarda,
Escondida no acerto do erro

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O hexa da nação


Os minutos pesados e contados,a suor,por olhos estáticos fixados ao campo,ao relógio que se arranhava pelo tempo.E milhões de milhões em meio à uma nação,com o estômago ao coração.O toque brusco na bola é um amor apetecido,ansioso,um amor de poeta que se faz pro momento do sofrimento pela glória.Amor incondicional, buscado,irracional,apaixonado.

Uma tarde quente e nublada,vozes gritantes e caladas,o sol de licença na arquibanca.Peles rubras,peles negras e choros de cristais.A raça usou terno e gravata,foi armada por sangue efervescido e por uma nação sem território,sem limites,sem dilemas para gritar.

Uma guerra ritmada em palmas e carrinhos,pela bola desviada na trave,pelo encontro nupcial Dela com a rede,de debutante à apaixonada oferecida.Um sofrimento tênue,romântico e heróico.Ao fim da batalha,um império rubro negro sem limites estoura as goelas em um só grito que se imortaliza hexacampeão.