quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Na vida

Na vida,engolir o que há de existir,
Em si, é proeza e multiplicação,
Ou gota infinita de virtude.
Não há por que catar razão.

Enquanto tudo se expõe em uma praia rasa,
Povoando o deserto que é o estar,
Apenas pelo talvez que agita o peito em brasa
E prazer,o doce água-se no respirar.

Na vida,distorcer é essencial.
E quando doer,é de se gritar o por quê
Sem querer,contudo,saber.
A ventura é largada pra estrela da aventura.

Então o que há de graça no azar é sorte,e por menos,imbróglio.
A loucura está em querer sempre ser exatamente humano,
Que graça tola,fazer o que se acha é ilusório,
Ou negar a manhã do que é insano.

Viver é pouco mais que impulso
De se perder em qualquer tarde,
Catar qualquer rosto,na multidão,avulso
Eclodindo, pra ti,com todo alarde.

Na vida,há de se durar na busca pelo que nasce.

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