quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ocitocina

Abstrata como o ermo invisível que comprime
Um cheiro vasto de significados não registrados no sangue,
Que corre por gerações, mas sempre e sempre mudo.
Acho que é você, enquanto vontade, enquanto liberdade.
Acho que é você.

Apenas como o vento quando se estreita e passa pela janela semi-aberta,
E faz o fim de tarde ficar frio, ficar calmo sem nenhum comprimido.
Abstração só há quando a par da razão, já que o demente é a falta de casaco.
A liberdade vive desajeitada no desleixo mofado de solidão.

Ai, escrevo

Dopaminas secas e esfoladas contra as estrias da epiderme repousam em meu sangue,
E eu te olho sabendo que meus olhos, por bom tempo, não me deixarão dormir.
É liberdade, por uma maldade que me dope e desprenda da combustão histérica
Que foge, e se arranca desses versos, enquanto molda a barreira azul
Da cor que me faz acreditar que esse amor é infinito.


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