Era verão de lagos azuis e tristes, de lindos que eram os pastos,
Pastos da aventura, do inimaginável encontro de almas aquecidas no silêncio.
Era a ver de natureza o verde de seus olhos, tão escuros e macios ,
Que não me lembro bem, não sei se falei algo ou fiquei apenas inquieto.
Não me lembro de sua face, mas te sinto com jamais esquecerei...
E como um dia jamais hei de ter esquecido, pois de tão gelado
Sei o que é estar aquecido, nas profundezas de uma madrugada romântica.
Era verão de colinas enigmaticas e esconderijos que jamais encontrei,
Piratas fantasmas, rosas cintilantes que me cegavam a ponto de não lembrar
De tatos. De tatos e sons que jamais encontrarei.
E de tão findável tornou-se inarradável, a percepção...
Tão concreta como uma fotografia, surda e invisível.
Para os não contadores e cantadores, indizível!
Eterna respiração para alienar a alma, com uma lona de falácias...
Falácias belas, como o olhos azuis já citados , pois quando negros que vi... Eram lindos.
Eram relâmpagos no verão de rios; rios músicos na vivência mais inerte e nua,
Crua pele, que não vejo em minha mente, mas falo e descrevo.
Era verão que jamais esfriou, não se despediu, não entardeceu como seu beijo,
Não cedeu no paladar, pois este não prensou em meu semblante de saudade.
Verão que jamais se enriqueceu, jamais saiu da sinfonia de sua proposta,
Iluminou, choveu, pereceu, renasceu, me trouxe você que se esvai de minha memória, quando choro . -Jamais, jamais como força discipada ao nada.-
Semeou, escureceu, amanheceu, respirou, se pôs como eterno...
E foi embora ... cantando pela floresta enorme que se abriga em mim.
Verão que sempre procurei como caçador, mentindo como pescador
Como um fanfarrão poeta tristonho, que mal sabe se há verdade no ponto que não ponho,
Que mal sabe se tudo foi e me baila, como um inócuo e grande sonho.
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