sábado, 6 de novembro de 2010

Delírio


Não é por si só,

Nada.

Tento lembrar,
Perco o que tento lembrar. - Uma pétala-

Não tinha certeza, catava pedaços na memória
Boiando como nada ao todo etílico,
Que , por ventura,evaporou em uma história;

Só me lembro do cheiro, que me visita, de repente.

Não sei o que sinto,
Quando vejo
Invento ou minto.
Ela mente.

São seus pretextos que se desviam
Das trajetórias, da maior doçura do medo.
Mas sei todos os desertos de seu corpo...

Que nunca percebi nenhum segredo,
Que não fosse o cinismo de seus olhos,
A paz de Lírio do seu sorriso.
O brilho de Lírio em seu lábio, já cedo.
Sua pele de Lírio.
Seu doce perfume de Lírio.
Delírio!

Agora, riria

Uma taça cheia, uma companhia vazia,
Aonde está você, quando me dizia,
Quando não fazia e ,assim , sorria ?

Ela mentia.

Perdia-se no tempo, me perco do tempo.
Incontinênti.

- Transparência branca de Lírio-

Eu chorei quando exauriram o perfume dessa flor,
Ah, era o vento!
Mas, assim , fiquei sorrindo e ,desesperadamente, chorando.
Cantando...

Para a paz do meu delírio.

Rasguei minha síntese radical sobre o universo,
Porém, logo, passei a fazer o inverso...
Faço o inverso, do cheiro dela ao meu verso.
Procuro e me perco, pelas palavras pouco puras...
E a odeio, enquanto comigo , sozinho, converso.

Contudo, amo por cansar-se de existir , em falta com tudo.
E só terra existe, agora, no latifúndio de meu jardim
De lírios que eram sem fim, e suas gotas que ficavam evaporando.
Na verdade, sempre existiu. Eu só estava idealizando,

Delirando... Delirando...Delirando.

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