Não foi absoluto, como fácil detectar sua primeira ausência de firmeza. A rua amanheceu vazia, sem passos certos assinados no asfalto. Estava simpática como o céu claro e morno de um feriado.
Parou o primeiro ônibus dos últimos trinta minutos de espera, cinco varejos de cigarros detidos pelo desespero, e uns refrões ansiosamente cantados introspectivamente, de qualquer forma. Foi um tempo.
Dentro desse, não hesitou em pensar em como hesitar o que sucederia aquela pequena viagem. Seria um abraço frio, ou sem jeito ao longo de uma conversa artificial?Teriam ambos olhos, um caminho certo a se encontrar? Ou cantaria um tempo envergonhado de dor?O coração sambava meio que sem ar,sem palpite convicto ou corajoso. Era apenas uma idéia medrosa,que em meio o chacoalhar das curvas, não expelia-se à este impacto externo.
Uma freada forte, uma pausa forçada.
De repente, a cabeça declinou-se e os olhos fundos e viciados nessa adrenalina, por um tempo incerto à razão, pararam e fixaram-se num espelho quebrado,largado ao chão. Uma coisa vaga de importância,e por isso, sem mais, valia medo. Estava fora do conforto de qualquer função,expondo faces distorcidas e curiosas. Um espelho sujo, odorante de mofo,i ndiferente a qualquer beleza perdida no tempo. Uma poeira exclamativa. Houve o medo de expor a cara frente àquilo, no momento em que nasceu uma náusea forte,que fazia a pele não respirar mais, sob o suor frio e tão pesado.Tudo girou com “h´s” de hipocrisia, com quaisquer cheiros egoístas de paixão.
Saltou do ônibus, com os olhos surdos, correu contra o trânsito de ruídos intermitentemente cegos. Arranhou-se ao rasgar a roupa, enquanto tropeçava e se via, em grãos de vidros e cacos, não mais existentes. E se opôs ao encontro, como um amor transparente. Sem face,s em tese e prática, sem imagem. Um amor escondido, recolhido no próprio pânico, um amor fantasma.