segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Nossa presença, uma bomba com cheiro de toda cor Das ruas se entopem os ventos para passarmos com amor. Voam histórias pelos dias, nas conversas contigo Mesmo sabor, mesmo sabor. Só digo que estou O cansaço num guardanapo esquecido no bolso. Num beco esmagador, um beijo esmaga a dor Da incerteza triste da cidade e de toda sua violência! Nos abraços escuros embrulhamos uma vivência De encontros quase cegos, quando choramos por ninguém, Quando ele ou ela se reivindicam alguém. Quando choramos. E todos querem ser melhor que uma mentira bem contada, Todos doemos em algum lugar, Todos se emocionam em alguma alvorada. Presos ou condicionados, voamos agarrando as mesmas grades Vivenciados de esperança, de nossas drogas e muitas danças. E quem é mais livre sem as máscaras? Que criam...novos ares, Artes, apelos, olhares, súbitos drinques quentes de semelhanças. Nossa presença irreverente é uma imperfeição obscena e vivaz, Aquilo que não se apropria, nem se distingue. Resiste a todo gás. Temos letras trêmulas e amizades perdidas de tão amadas e próximas. Sonhos zoados, mentiras insóbrias, truques enquanto abraços. Nisso tudo, miro apenas um ímpeto de viver e questionar maldades. Para os meus irmãos, humanos de carne, a liberdade!
sábado, 16 de fevereiro de 2013
O Amor é imundo
O amor tem um pouco de lama com cerveja por cima,
Um pouco da casquinha do asfalto do meio-fio,
Nele a lua brilha.
Um pé ralado pela andança das contra-mãos
Faz mistério longe dos olhos, corre e venta o cheiro.
Suado e sujo, o amor é imundo.
O amor cresce no chão duro e encrespado, na maldade do bote
Estremece na amplitude abismática do suor e da lambida,
Da chuva podre e do límpido vendaval.
Não manda cartas, se perde e volta, é bruto e estúpido
Não se esmiuda pelo cheiro de mijo nas paredes do ambiente.
O amor é imundo.
No beijo morde, na pegada fode, chora litros, acende um
E sorri.
Topa a canela, esfola o mindinho, se chupa em sangue,
De novo se cria no chão, mancha a cama, ignora o abismo
Dança, dança, imundo.
O amor não gosta de banho.
Um pouco da casquinha do asfalto do meio-fio,
Nele a lua brilha.
Um pé ralado pela andança das contra-mãos
Faz mistério longe dos olhos, corre e venta o cheiro.
Suado e sujo, o amor é imundo.
O amor cresce no chão duro e encrespado, na maldade do bote
Estremece na amplitude abismática do suor e da lambida,
Da chuva podre e do límpido vendaval.
Não manda cartas, se perde e volta, é bruto e estúpido
Não se esmiuda pelo cheiro de mijo nas paredes do ambiente.
O amor é imundo.
No beijo morde, na pegada fode, chora litros, acende um
E sorri.
Topa a canela, esfola o mindinho, se chupa em sangue,
De novo se cria no chão, mancha a cama, ignora o abismo
Dança, dança, imundo.
O amor não gosta de banho.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Meu lugar
Meu lugar está tão cheio que as paredes se calam vazias,
O som de nada me arranha, meu olhos a clamam
Só que não enxergo, não enxergo.
Meu lugar tem chuvas dos pedaços de tetos inconcretos,
Carta com choros e coisas que nunca escreverei.
Dez cigarros sujos, minha boca seca, meu amor rebelde,
Um disco quebrado do Caetano, a cama mal feita
Dez mil noites com ventos afoitos contra a janela.
Fotos! Uma estrada infinita e comprimida em m²,
Risadas e silêncios de poesias que não rimam.
Uma guitarra sentimental e sem inspiração cai
No meu lugar os rostos estrangeiros se acalmam,
Os cheiros são largos!
Meu lugar é um labirinto infinito de orgulhos e vergonhas,
Selvas de alguns fins de carnavais, segundas- feiras mortas.
Segundos, segredos e sonhos senis.
Meus abismos se embrulham pelos lençóis da cama,
No meu lugar,
Habitam desordens românticas, umas frases ruins, lembranças
de beijos, festas e demissões. Liberdade e prisão!
Vinte pratos pouco limpos e copos esquecidos pelos vícios
E plenitudes, ritmos loucos. Uma dor da saudade de Salvador,
Um medo carioca. Remédios rudes e clareza tênue.
Meu lugar pode ser tão cheio que as chaves eu acho sem querer
A luz de nada me umedece, meus olhos a clamam
Quando a enxergo, quando a chamo, quando canto.
Só que ela acha que eu quero ser vanguarda.
E o mundo se vai com um vento...
O som de nada me arranha, meu olhos a clamam
Só que não enxergo, não enxergo.
Meu lugar tem chuvas dos pedaços de tetos inconcretos,
Carta com choros e coisas que nunca escreverei.
Dez cigarros sujos, minha boca seca, meu amor rebelde,
Um disco quebrado do Caetano, a cama mal feita
Dez mil noites com ventos afoitos contra a janela.
Fotos! Uma estrada infinita e comprimida em m²,
Risadas e silêncios de poesias que não rimam.
Uma guitarra sentimental e sem inspiração cai
No meu lugar os rostos estrangeiros se acalmam,
Os cheiros são largos!
Meu lugar é um labirinto infinito de orgulhos e vergonhas,
Selvas de alguns fins de carnavais, segundas- feiras mortas.
Segundos, segredos e sonhos senis.
Meus abismos se embrulham pelos lençóis da cama,
No meu lugar,
Habitam desordens românticas, umas frases ruins, lembranças
de beijos, festas e demissões. Liberdade e prisão!
Vinte pratos pouco limpos e copos esquecidos pelos vícios
E plenitudes, ritmos loucos. Uma dor da saudade de Salvador,
Um medo carioca. Remédios rudes e clareza tênue.
Meu lugar pode ser tão cheio que as chaves eu acho sem querer
A luz de nada me umedece, meus olhos a clamam
Quando a enxergo, quando a chamo, quando canto.
Só que ela acha que eu quero ser vanguarda.
E o mundo se vai com um vento...
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