sexta-feira, 29 de junho de 2012

Poemas de Sofia Negromonte.


UMA PARA MIM

"Se de tudo que rolou
nem mesmo grãos de areia restou
Não sei o que posso dizer
que me fará esquecer
de me convencer
Que se não era pra ser
Jamais será

Se a onda passou
ela não vai voltar

E mesmo na busca
de uma pra recordar
aquela primeira, a onda do mar
não retornará.

Pode remar..
Reme
e lembre:
nada a faz voltar.

Mas,
pelo menos,
todo o resto ainda vem...
E ainda vai,
e ainda há de vir..."


PENSAMENTOS IMPERFEITOS

Nesse universo de imensidão
não consigo dizer não
até mesmo quando penso
logo após repenso
que se a vida é curta afinal
não pode existir sinal

o verde vai
o vermelho fica
mas que sica

não quero restrição
tenho lápis e papel na mão
dizer com palavras
melhor ainda com nadas
ou se não com facadas
mas que desperte um coração

não precisam todos ouvir
humildade sempre vem antes
para assim poder atingir
aqueles ignorantes
que falam antes de ouvir

um dia mãe disse:
"os ignorantes que são felizes"
mas se a felicidade, mesmo, existe
não há quem me explicite
as boas razões deste triste

não ser tão informado
pensando por outro lado
ruim não deve ser
pois o nada saber
é apenas crer
no que se vê na tv.

mas agora que muito sei
incrivelmente até lei
não há maneira de voltar atrás
e saber de tudo é o que quero mais

Pode trazer depressão
mas arriscar é preciso
não é mais tempo de decisão
é agora, com o papel na mão
que desenho o meu sorriso

mesmo missão impossível
me inscrevo para ver
o fato inesquecível:
cujo principal é esconder

esconder de você
que quer aprender
para poder entender..
Em que merda está você.

Não se engana
porque no mundo, nego apanha
mas usando a esperteza
você pode ter certeza
que o que importa é a união
da nossa geração

Fome
Força
e determinação
isso tudo temos, então,
agora é só fazer pressão!

Sofia Negromonte.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quando não há flores na parede.

A supressão da dor pela ilusória festa revolucionária é banal,
Está ai, a espetacularização da dissidência faz força de grito no vácuo
Enquanto nosso pânico é mitigado por prévias de perdão,
Nossa insegurança sentimental.
Mas ainda sinto amor, sinto aquele choque agudo no estômago.


Já levei forte mordida do absurdo quando fui beijá-lo,
Beirei a embriaguez da insistência, marchando torto, andando mal
Sobre o nada, embora, uma vez ou outra, houvesse tudo.
- Deixei secar o sangue sobre os meus lábios-
O desapego cresce e percebemos que perdemos a disputa pelo sentido das coisas


E que a solidão é a nossa maior liberdade.